Folha de São Paulo
27/11/2012 19h37
Vinte e nove pessoas sobrevivem a queda de avião no oceano Índico

DA REUTERS, EM MORONI

Um avião caiu na manhã desta terça-feira nas águas do oceano Índico, perto das Ilhas Comores, após sofrer problemas mecânicos. Todas as 29 pessoas que estavam a bordo sobreviveram.

O jato Embraer caiu a 200 metros do aeroporto de Moroni, cinco minutos após decolar, segundo autoridades locais. O avião, da Inter-Iles, viajava para a ilha vizinha de Anjouan.

Uma autoridade, que se identificou apenas como Zarouk e que estava a bordo, disse que o combustível do avião estava vazando "como uma torneira aberta". Ele afirma ter alertado o piloto, que decidiu retornar ao aeroporto, mas não conseguiu pousar a tempo, caindo no mar.

O diretor geral do Departamento de Aviação Civil das Ilhas Comores, Abu Mohamed Ali, disse que os 25 passageiros e quatro tripulantes estavam em segurança. Somente o piloto sofreu ferimentos, na cabeça.

Em junho de 2009, um Airbus-310/300 do Iêmen caiu no oceano Índico em decorrência do mau tempo na região do arquipélago de Comoros, matando 152 pessoas.


Jornal Zero Hora - 27/09/2009
UMA CARREIRA PARA DECOLAR
Mercado nas alturas
Quantidade de profissionais capacitados não acompanha o crescimento do tráfego aéreo no país. O apagão de pilotos levou a Anac a custear aulas práticas em diferentes regiões.

Pilotos e outras profissões relacionadas à aviação podem garantir o seu embarque no mercado de trabalho. O tráfego aéreo de passageiros cresceu 6,5% apenas no primeiro semestre deste ano ante o mesmo período de 2008, de acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), abrindo portas para muitas vagas.

Atualmente, são mais de 12 mil aeronaves – incluindo aviões e helicópteros civis de todas as categorias – responsáveis por transportar mais de 50 milhões de pessoas por ano no país. Mas na contramão do crescimento, faltam profissionais qualificados dispostos a seguir carreira, em terra e no ar, apontam especialistas do setor.

– Há carência principalmente de pilotos com experiência. Muitos, após a paralisação das atividades da Vasp, Transbrasil, Varig, Rio Sul, Nordeste e BRA, optaram por trabalhar no Exterior, onde salários e benefícios são mais atrativos – explica Graziella Baggio, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas.

Juliano Noman, superintendente de Serviços Aéreos da Anac, discorda. Para ele, o problema não é a falta de mão de obra, mas a dificuldade de formar gente em um curto prazo.

– Temos profissionais suficientes. Mas precisamos treinar pessoas para suportar o crescimento que esperamos para os próximos anos – pondera o superintendente.

De acordo com Noman, é possível formar técnicos entre 12 meses e 18 meses. Porém, fazer com que a carreira decole no setor da aviação nem sempre é tarefa fácil de ser executada. Os cursos são caros para todos os cargos, argumenta Graziella:

– O investimento no aprendizado é alto. E os salários não atraem mais.

Investimento na formação é expressivo

Luiz Augusto Jaborandy, 23 anos, confirma que o retorno do alto investimento para começar a carreira muitas vezes só começa a aparecer a partir do terceiro ano de profissão, como estimam também os especialistas. Em 2007, acompanhando o pai, piloto militar em viagem aos Estados Unidos, conquistou as habilitações americanas de piloto privado, privado de helicóptero, voo por instrumento, comercial (de linhas áreas e táxi aéreo) e bimotor.

– É um diferencial para a carreira. O inglês é valorizado, principalmente a linguagem técnica. Sem contar a experiência adquirida em aviões cuja tecnologia é muitas vezes superior à nossa – avalia Jaborandy

De volta a Brasília há seis meses, o estudante do curso superior de aviação civil comemora a aprovação da experiência pela Anac. Isso porque, para validar a formação americana no Brasil, ele passou por provas teóricas e práticas elaboradas pelo órgão.